Óleos virgens X óleos refinados
Para especialista, preço de produtos ainda fala mais alto do que os benefícios à saúde
No
mundo de hoje, gordura não é mais um tópico proibido. Estudos apontam
cada vez mais a ingestão apropriada de ácidos graxos essenciais (AGEs)
na alimentação e o desenvolvimento dos produtos a partir dessas gorduras
para prevenir doenças e auxiliar diversos tipos de tratamentos. Porém,
tão importante quanto a ingestão dos tipos corretos de gordura são os
cuidados durante a fabricação dos óleos naturais, a fim de que sejam
mantidas todas as propriedades naturais dos AGEs. E, já que o assunto
merece um olhar especial, o Eu Bem Melhor convidou o nutricionista
pós-graduado em nutrição funcional e mestre em nutrição humana Henrique
Freire Soares, de Brasília, que ressaltou ainda mais a importância dos
ácidos graxos na alimentação e as formas corretas da ingestão dessas
gorduras. Confira: Henrique, o que dizem os últimos estudos a
respeito da atuação dos ácidos graxos em nossa saúde? Quais as
principais novidades da área? Estudos mais recentes têm confirmado
cada vez mais a importância dos AGEs para a saúde de todo o corpo. Há
diversos trabalhos que focam áreas diferentes da saúde e, em muitos
deles, é possível apontar os AGEs como coadjuvantes na prevenção ou o
tratamento de muitas doenças. Alguns estudos apontam, por exemplo, o
ácido graxo ômega 3 encontrado no óleo da linhaça e do peixe como
protetor cardiovascular e coadjuvante na prevenção de demências e na
preservação das funções cerebrais, a composição de ômega 3, 6 e 9 do
óleo da linhaça para a cicatrização de feridas em pacientes com
queimaduras, o óleo da semente de abóbora como um grande auxiliar no
tratamento do câncer de próstata, etc. Ou seja, atualmente, são muitos
os estudos que comprovam a eficiência desse tipo de gordura para a
saúde. E o que dizem os estudos a respeito das formas de extração
dessas gorduras? Qual a maneira mais adequada de extrair óleos,
preservando os todos os nutrientes naturais das matérias-primas? A
forma ideal de extração de óleos é a prensagem a frio, que prensa as
sementes uma única vez sem utilização de nenhum tipo de solvente ou
calor, garantindo a manutenção da composição original das sementes e,
portanto, as propriedades naturais dos AGEs, tão importantes para a
saúde do corpo. Por que o refino para a extração dos óleos ainda prevalece sobre a extração a frio? É possível reverter essa situação?
O refino ainda é a prática mais usada porque aumenta a produção final
de óleos e resulta em produtos com um prazo de validade maior do que a
de óleos extraídos por prensagem a frio, gerando maior rentabilidade
para o produtor e para quem os comercializa. De contrapartida, a
qualidade nutricional dos produtos é inversamente proporcional: a
utilização de solventes e de altas temperaturas aumenta o rendimento da
extração do óleo de sua fonte original, mas compromete a qualidade
nutricional, gerando ácidos graxos oxidados e hidrogenados. Além disso,
alguns produtores também adicionam outras substâncias químicas
indesejáveis aos óleos, como o níquel, para catalisar as reações
químicas, o que compromete ainda mais a qualidade do produto. Como
nutricionista, espero que consigamos reverter essa situação por meio da
educação nutricional e conscientizar a população de que os óleos virgens
são os de maior valor nutricional e os únicos que podem prevenir
doenças.
Fonte: http://eubemmelhor.com.br/diferenca-entre-oleos-virgens-e-oleos-refinados/